Novidade! Uso de plantas ornamentais em saneamento | |
lém do uso em paisagismo e reflorestamento, as plantas ornamentais estão sendo estudadas em tratamento complementar em esgoto doméstico. Esta pesquisa foi desenvolvida na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) e testado na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) pelo engenheiro civil Luciano Zanella. É um recurso ideal para pequenas propriedades como sítios e fazendas e tem a característica principal não ter necessidade de uso de produtos químicos ou eletricidade. A porcentagem de remoção da matéria orgânica é de 30%. No Brasil não havia relato da introdução de plantas ornamentais nesse sistema, embora a utilização desse tipo de tratamento seja crescente. Em outros países, essa configuração de tratamento é largamente usada, sendo encontrada até mesmo para o tratamento de esgoto industrial. O sistema de pós-tratamento foi responsável por 30% da eficiência do sistema de tratamento na remoção de matéria orgânica e consiste em uma alternativa prática do ponto de vista operacional. Não há necessidade de uso de produtos químicos ou eletricidade e, por isso, o sistema torna-se ideal para pequenas propriedades, como sítios e fazendas. A opção oferece ainda baixo custo de operação e também poderia ser aproveitada por comunidades rurais não-servidas por sistemas convencionais de coleta e tratamento, ou que possuam sistema de saneamento que trate o esgoto de maneira secundária. A utilização de bambu como meio-suporte pode facilitar ainda mais a aplicação em áreas rurais, visto que o bambu é facilmente encontrado em qualquer parte do país. O sistema wetland-construído, baseia-se no termo wetland já conhecido: O termo wetlands (do inglês) ou áreas alagáveis é utilizado para caracterizar vários ecossistemas naturais que ficam parcial ou totalmente inundados durante o ano. Estes sistemas têm importantes funções dentro dos ecossistemas onde estão inseridos. Fonte:www.training.gpa.unep.org/images/port/gif/con.. As wetlands construídas são tipos de sistemas artificiais manejáveis, que têm despertado acentuado interesse mundial nestas últimas décadas. Estes sistemas têm sido matéria de muitas discussões, as quais apresentam um ponto positivo: o desenvolvimento de pesquisas e experimentos conduzindo para um maior conhecimento e experiências nessa linha de pesquisa (HARBEL, 1997). Fonte:http://naturezadivina.org/comunidade/?q=sistema-de-tratamento-de-guas-cinzas As principais vantagens desses sistemas são: a) baixo custo de implantação; b) alta eficiência de melhoria dos parâmetros que caracterizam os recursos hídricos; c) alta produção de biomassa que pode ser utilizada na produção de ração animal, energia e biofertilizantes. Na pesquisa citada,foram montadas seis piscinas de fibra de dois mil litros cada uma, de forma que o esgoto já tratado da Faculdade passasse pelas piscinas. Em três piscinas ele acrescentou brita ou pedras de construção até a borda e nas outras três o material usado foram anéis de bambu. Na seqüencia, plantou-se duas espécies plantas ornamentais usadas em paisagismo e jardinagem, o copo de leite e o papiro. Sabe-se que as plantas absorvem os nutrientes do esgoto, colaborando com o tratamento. Em uma segunda etapa, mais oito espécies foram plantadas. O copo-de-leite sozinho não apresentou uma boa adaptação ao sistema. No entanto, junto com outras plantas ornamentais como o biri e o mini-papiro, o resultado melhorou. Para selecionar as plantas que poderiam oferecer um bom desempenho no sistema, Zanella fez contato com biólogos e pesquisou junto a paisagistas e produtores de mudas as melhores opções para os ambientes próximos a lagos e rios. As análises contemplaram as características de cor e turbidez, a remoção de sólidos, de matéria orgânica, de nutrientes e de microorganismos. Na maior parte das variáveis, o grau de eficiência foi significativo. A conclusão é de que este tipo de sistema é recomendável como um tratamento complementar ao esgoto doméstico já tratado numa primeira etapa em que a remoção dos resíduos mais pesados já foi feita. O resultado do tratamento complementar do esgoto poderia ser lançado em rios e lagos. A aparência foi significativamente melhorada, com redução importante dos sólidos e matéria orgânica. Uma boa opção seria o reúso em vasos sanitários, tema de bastante importância no meio científico e tecnológico nos últimos anos, mas para o qual o esgoto ainda necessitaria de uma desinfecção. Pedras e bambus Não é novidade a utilização de pedras e bambus para o pós-tratamento de esgoto doméstico. Tanto o bambu como as pedras atuam como filtro e meio-suporte para microorganismos que proporcionam o tratamento. As análises, no entanto, apontaram o bambu como alternativa viável, embora com eficiência menor que quando utilizadas as pedras. Apesar dos testes estatísticos indicarem que o tipo de material suporte tem mais significância que a espécie vegetal na obtenção de resultados satisfatórios, isso não descarta a utilização de plantas ornamentais, principalmente pelo seu efeito paisagístico. que diminuiria os índices de rejeição do sistema pela população. A introdução de espécies de plantas de paisagismo proporcionaria, inclusive, uma possibilidade de geração de renda para os pequenos produtores. A idéia inicial do trabalho era utilizar plantas de corte para agregar valor ao serem vendidas, fazendo um tipo de “cultura hidropônicas adaptada”. Pelos resultados, o sistema de pós-tratamento foi responsável, em média, por cerca de 30% da remoção tanto de sólidos em suspensão, quanto de matéria orgânica, em relação ao total obtido na estação de tratamento. O wetland-construído de leito de brita e vegetado com papiro alcançou valores médios de remoção de fósforo total de 27,7%. |
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Uso de plantas ornamentais em saneamento
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